NAVEGANDO NAS HISTÓRIAS
Parte 1
EU JÁ NAVEGAVA NESSAS ÁGUAS.
A Escola Positiva Idade, de Angra dos Reis, investiu na reforma de uma Traineira (barco de pesca), transformando-a em um pequeno espaço Cultural – Pedagógico que foi instalado no pátio da escola.
Chamaram este barco de Tupi, em homenagem às origens de nossa região, Mambucaba.
Para contextualizar o Projeto do Barco Tupi, criamos junto à direção da Escola Positiva Idade o Projeto NAVEGANDO NAS HISTÓRIAS.
O Projeto NAVEGANDO NAS HISTÓRIAS tem como objetivo apresentar a história de Mambucaba, onde os diversos tipos de embarcações estiveram presentes, desde a chegada de Cabral no Brasil, até os dias de hoje, auxiliando no transporte, caça, pesca e comercialização de produtos diversos, dentre eles o açúcar, o café, o peixe e a banana.
Também foi a embarcação, por muitos anos, o principal meio de transporte da região. Somente em especial 1975 surge a estrada Rio- Santos.
Assim, encontraremos aqui um pouco da história de Mambucaba e região, a partir da presença da canoa, do barco a remo, do barco à motor e da “catraia” (balsa de madeira que serviu para o transporte de Banana no rio Mambucaba, empulsionada por varas de bambu apoiadas no fundo do rio).
Apesar de usarmos termos e nomes relacionados com a História de Mambucaba, O Projeto NAVEGANDO NAS HISTÓRIAS, com toda certeza tem uma ligação muito forte com inúmeras outras regiões do Brasil.
Então, convido a todos para esse passeio. Vamos lá?
NAVEGANDO NAS HISTÓRIAS.
O Projeto NAVEGANDO NAS HISTÓRIAS é subdividido em 4 partes.
Nesta postagem apresentaremos a Parte 1.
As demais partes serão apresentadas mensalmente, conforme realizadas na Escola. Vale a pena esperar e acompanhar.
Parte 1 – EU JÁ NAVEGAVA NESSAS ÁGUAS.
Nessa parte 1 do projeto, cantamos os tipos de embarcações dos índios no século XVI, e até mesmo antes da chegada de Cabral.
A “Canoa de um pau só” (Monóxila), a “Canoa de Casca de árvore” e a Jangada feita de Madeira amarrada com outros vegetais, tais como o cipó ou mesmo madeiras diversas serão aqui contadas e cantadas.
Nessa primeira participação, criamos 6 canções falando sobre a chegada dos portugueses e a surpresa ao verem as embarcações locais.
Cantaremos a canoa, a jangada e a forma de utilizá-las na descida do Rio Mambucaba, no mar e na pesca no rio Perequê.
SIGNIFICADO DE PEREQUÊ
Perequê, tem origem no nome Piraquê, e significa subida do peixe. (Pira = Peixe. Eke = Subida). Assim, o peixe sobe para se reproduzir.
Desta forma, o nome Perequê tem também um significado mágico: Reprodução dos peixes, mais alimentos, fartura, esperança de um mundo melhor.
Por esta razão, devemos valorizar o nome Perequê. Uma palavra de origem Tupi, que deve ser um orgulho para nossa região.
SIGNIFICADO DE MAMBUCABA
Também de origem Tupi, a palavra Mambucaba traz algumas dúvidas sobre seu significado.
Alguns escritores dizem significar braço de mar, referente a dimensão que este rio tem.
Mas a maioria dos pesquisadores, associam o nome Mambucaba às abelhas MOMBUCAS (abelhas negras, sem ferrão e que fazem suas colmeias embaixo da terra).
Alguns escritores dizem que a palavra Mambucaba significa lugar das abelhas Mombucas.
Outros nos dizem significar “homens abelhas”, relacionando com os zumbidos que os índios da região faziam barulhos com a boca imitando o som das abelhas.
O primeiro registro literário apresentando o nome Mambucaba, data de 1557 no livro do alemão Hans Staden.
A CANOA JÁ ESTAVA AQUI
A Canoa faz parte da Cultura indígena muito antes da chegada dos portugueses no Brasil.
Através de tentativas e erros, os povos do Brasil construíam objetos a partir de materiais flutuantes da natureza para seu transporte, caça e pesca sobre as águas.
No Rio Grande do Norte, acharam afundada na Lagoa de Extremoz uma canoa.
Ao pesquisarem o material, arqueólogos e historiadores descobriram que ela data aproximadamente de 1610.
Assim, a partir de estudos sobre as embarcações, escrevemos 6 canções e pequeno texto interpretativo para contar esta primeira parte da história.
Nesta apresentação, os músicos, atores e atrizes são professores, funcionários, pais e avós da escola.
O texto e as fantasias foram distribuídos na hora.
CANOA, CANOA
A entrada é com a música Canoa, Canoa que é cantada à capela, acompanhada apenas de uma percussão.
Autoria: Cagério
CANOA, CANOA
(audio abaixo)
Quando o povo português
Chegou do lado de cá
Já remava a canoa,
O Povo Tupinambá
Já remava a canoa,
O Povo Tupinambá
Canoa, Canoa
Do Povo Tupinambá
Descendo o Rio Mambucaba
Do sertão até o mar
Autoria: Cagério
QUANDO CABRAL AQUI CHEGOU
NARRADOR – “Terra à Vista, gritou Cabral
Logo que avistou o Brasil
Voltou correndo a Portugal
E contou ao Rei o que ele viu”
E ele viu pessoas sem roupas, (eram os índios)
Com penas e cipós amarrados no corpo
Com jeito estranho de falar.
Com jeito estranho de dançar.
E este povo flutuava em pedaços de paus esculpidos,
com uns barcos feitos com cascas de árvore
Ou de jangadas de madeiras amarradas com cipó.
Com remos, ou paus para empurrar o chão do rio,
Eles deslizavam nas águas do rio e do mar
Para pescar e caçar
Quando cabral aqui chegou
Os índios já estavam aqui
Com suas canoas
Canoa feita de casca
Canoa de um pau só (monóxilas)
Jangada com muitas madeiras
amarradas com cipó.
QUANDO CABRAL AQUI CHEGOU
Intro: E E/D# C#m C#m/B A E/G# F#m B7
E E/D#
Quando Cabral aqui chegou
C#m C#m/B
Navegando em uma Nau
A E
Deu de cara com uma canoa
F# B7
Canoa feita de um só pau
A E/G#
Em suas jangadas flutuando,
F#m E
com flechas certeiras,
A E
os índios estavam pescando
A B7 E
quando chegou Cabral
A E
Canoa feita de casca
A E
Canoa de um pau só
A E
Jangada com muitas madeiras
A B7 E
amarradas com cipó.
Autoria: Cagério
QUE POVO É ESSE
NARRADOR 2 – E assim, Cabral olhou toda aquela gente
E ficou maravilhado com tudo o que viu.
Ficou espantado como os índios viviam da natureza,
da pesca, da caça, das plantas.
Portugal acreditava que naquelas novas terras, não teria nada.
Nem pessoas, nem barcos, nem casas.
Como poderiam viver pessoas
naquele mundo de natureza.
E Cabral se encantou com aquele povo,
Suas canoas feitas de um pau só,
Suas jangadas
E suas canoas de casca.
Então, Cabral olhava e pensava
CABRAL – Que povo é esse que vive do mar?
Que povo é esse que sabe pescar,
E vive da pesca,
E vive do a remar
E vive a pescar?
QUE POVO É ESSE
(audio abaixo)
Que povo é esse que vive do mar
Que povo é esse que sabe remar
Remar a canoa
Pescar de canoa
Canoa tem quilha
Pro mar não virar
Que povo é esse que vive do mar
Que povo é esse que sabe pescar
E vive da pesca
E vive do a remar
E vive a pescar?
Remar, Remar, Remar
Autoria: Cagério
TUPINAMBÁ, TUPI
ÍNDIO 1 – Eu já navegava nessas águas
Quando você chegou.
Eu já remava nesse rio
Quando você me encontrou.
ÍNDIO 2 – Eu não cai do céu.
Eu já era daqui.
Sou Tupinambá, Sou Tupi
CABRAL – Subia o rio Perequê,
Pescava e caçava aqui.
Remava no rio Mambucaba
E no mar
ÍNDIO 1 E 2 – Eu não cai do céu
Eu já era daqui (PAUSA)
Sou Tupinambá, Sou Tupi
TUPINAMBÁ, TUPI
(audio abaixo)
Intro: D E7 C#m F#7 Bm E7 A E7
A
Eu já navegava nessas águas
Bm E7
Quando você chegou
A
Eu já remava nesse rio
Bm E7
Quando você me encontrou
Bm E7
Eu não cai do céu
C#m G7 F#7
Eu já era daqui
Bm E7
Sou Tupinambá..
A A#º
Sou Tupi
Bm E7
Tupinambá, Tupinambá
A A#º
Tupi
D E7
Subia o rio Perequê
C#m F#7
Pescava e caçava aqui
D E7
Remava no rio Mambucaba
A
E no mar
Bm E7
Eu não cai do céu
C#m G7 F#7
Eu já era daqui
Bm E7
Sou Tupinamba.
A A#º
Sou Tupy
Autoria: Cagério
DESCANSA, ÍNDIO
NARRADOR 1 – A noite cai
E as canoas descansam
Na margem do rio e do mar
Já estão prontas
Pra manhã sair pra pescar.
NARRADOR 2 – A noite é de estrela
E a lua está a brilhar
Descansa índio, descansa
Logo sol vem te acordar
(As crianças se deitam e fingem dormir)
DESCANSA, ÍNDIO
Intro: F Em Dm C
C
A noite cai
F C
E as canoas descansam
F Em
Na margem do rio e do mar
Dm
Já estão prontas
G7 C
Pra amanhã sair pra pescar.
F Em
A noite é de estrela
Dm C
E a lua está a brilhar
F C
Descansa índio, descansa
D7 G7
Logo sol vem te acordar
G7 C
Logo sol vem te acordar
Autoria: Cagério
HORA DE PESCAR
NARRADOR 1 E 2 (GRITANDO) –
Levanta minha gente
Está na hora de pescar
HORA DE PESCAR
(Audio abaixo)
C F
Levanta, minha gente
G7 C
Está na hora de pescar.
Am
Pega o remo,
Em
Pega a flexa
F G7 Am (C)
Que tem peixe lá no mar
F
A jangada já está pronta.
G7 C
A canoa vai partir.
Am Em
Faz silêncio, minha gente
F G7 Am (C)
Que é pro peixe não fugir.
C
Rema devagar
F G7 C
Pelo rio, pelo mar
C
Rema devagar
F G7 C
Pro peixe não se assustar
C
Rema devagar
F G7 C
Pelo rio, pelo mar
Am Em
Prepare sua flexa
F G7 Am G7
Não deixe o peixe escapar
Autoria: Cagério
OUTRAS PARTES
Se você embarcou nessa história e gostou da viagem, vale a pena esperar. Em breve postaremos as outras 4 partes. Não perca estas viagens que ainda acontecerão.
Obrigado aos amigos da Escola Positiva Idade que participaram da
“Parte 1 – EU JÁ NAVEGAVA NESSAS ÁGUAS. “
. . . E olha como as crianças embarcaram na História.
Será que eles gostaram da
Parte 1 – EU JÁ NAVEGAVA NESSAS ÁGUAS ?
Quer conhecer o barco Tupi e sua história?
Amanhã colocaremos aqui um link para você saber de tudo, e mostrar para a garotada.