MAMBUCABA DE CABRAL AO CAFÉ
Cantando e contando a história de Mambucaba.
Baseado no Livro “Mambucaba. Uma História.”
do Historiador Cimar Pinheiro.
Nessa postagem, apresentaremos um pouco da história de Mambucaba, Distrito de Angra dos Reis, desde a chegada dos primeiros colonizadores em 1614, até o final do ciclo do Café, por volta de 1870.
Nessa postagem encontraremos um pequeno texto com a história, um resumo poético da história de Mambucaba, em especial durante o período do Café, e letras e áudios de músicas compostos para o projeto que é apresentado em escolas e feiras literárias.
Ao final, um pequeno vídeo com uma das apresentações.
UM POUCO DA HISTÓRIA
Segundo o livro Mambucaba, uma história, por volta de 1614 chegam os primeiros colonos em Mambucaba, plantando em especial a cana de açucar.
O Açucar e a Cachaça – Um dos primeiros colonos, Antônio Pedrosa de Alvarenga constrói próximo ao Rio Mambucaba uma capela à Nossa Senhora do Rosário, e um engenho de cana.
Já em 1755, a Vila Histórica de Mambucaba era uma única fazenda onde o seu proprietário Manuel da Cunha Carvalho construiu uma igreja (onde hoje fica a Praça, próxima a atual escola). A obra se findou em 1770.
Com a morte do Capitão Carvalho, seu sobrinho herdeiro Valério de Carvalho destina a igreja ao Bispado de Angra para que a mesma, também de Nossa Senhora do Rosário, seja usada como Matriz.
Em 1802 o Bispado de Angra eleva Mambucaba em Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba, das margens do rio Taquari, até a Piraquara. Para isso, o pároco deveria demarcar a área do Cemitério e instalar uma pia batismal.
Em 1808, D. João VI, ainda Príncipe Regente, eleva Mambucaba em Freguesia, no dia 27 de julho.
Por volta de 1812, Mambucaba começa a fase do plantio do Café.
E esse ciclo segue com crescimento na região do Vale do Rio Mambucaba por muitos anos.
Em virtude desta Cultura, Mambucaba utiliza seu porto para escoar o café produzido em sua região, em parte de São Paulo (região de São José do Barreiro) e de Minas Gerais (serra da Bocaina).
Constrói-se para isso, uma estrada para escoar o Café até Mambucaba.
Equivocadamente, chamam esse caminho de caminho do Ouro, quando na verdade, ele foi construído para o Café. Então, o correto, segundo Francimar, é chamá-lo de CAMINHO DO CAFÉ, ou Estrada de Mambucaba.
GRANDE PRODUTIVIDADE
Com o decorrer do tempo, a presença de um porto e o aumento da produção do café, surge a necessidade da construção dos casarões e sobrados de Mambucaba.
Mambucaba nessa época, se transforma num grande centro comercial.
Também a igreja precisa de mais espaço.
Após longo período de obra, em 1863 finaliza-se a atual igreja de Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba, que até hoje está incompleta.
Por falta de verba, ficou faltando a construção da sua segunda torre, e de toda o lado direito da igreja.
Apesar de todo o apogeu em virtude do café, não podemos esquecer a parte triste da História. Mambucaba também prosperou graças a mão de obra dos escravizados.
Em 1849, dos 3192 moradores, cerca de 1368 negros cativos e outros 112 pardos cativos.
A DECADÊNCIA
Após longo tempo de apogeu, com seu porto, armazéns, nova igreja e toda a movimentação comercial, Mambucaba inicia após 1860 sua decadência.
Dois foram os principais fatores para esta decadência do ciclo do café:
Primeiro, a redução em virtude da construção da estrada de ferro que escoaria o café de São Paulo e de Minas por trem.
Alguns anos depois, Mambucaba e toda a região, sofre um ataque de uma praga que extermina todo o café da região.
Hoje, Mambucaba ainda guarda vestígios deste áureo ciclo.
Entretanto, essa história se apagará, se o patrimônio histórico e a própria história não forem conservadas.
“Mambucaba, salve sua memória”
A HISTÓRIA EM FORMA DE POESIA
Mambucaba. Da colonização ao Ciclo do Café
Poesia de Cagério de Souza
Baseado no livro: Mambucaba, uma história. De Cimar Pinheiro
Terra Vista, gritou Cabral.
Logo que avistou o Brasil
Voltou correndo a Portugal
E contou ao rei o que ele viu
Para não perder a riqueza
Que havia no mundo de cá
As novas terras da realeza
Portugal precisava povoar
Nas terras de Mambucaba
Colonos vieram cultivar
na beira do rio, a capela
E o engenho pro “canaviá”
Na fazenda Mambucaba
100 anos depois surgiu
A nossa primeira igreja
que o Capitão construiu
A igreja Nossa Senhora
Do rosário de Mambucaba
Paróquia, logo depois
Em 1802
D. João eleva o que um dia
Já foi um canavial
De paroquia a Freguesia
O que agora é cafezal.
Um Novo Porto então surgiu
Para escoar tanto café
E Mambucaba progrediu
Com a velha igreja ainda de pé
Pro café que vinha da Serra
Até Mambucaba chegar
Colocaram na estrada de terra
Pedras pra melhor escoar
A café trazia tantos bens
Tanta gente vinha para cá
Casarões, sobrados, Armazéns
Riqueza de não se acabar
A igreja pequena e apertada
Mal dava pra se entrar
Antiga e mal conservada
Estava para desabar
Após 29 anos acaba
Com luta e muito suor
A obra em Mambucaba
Da igreja de uma torre só
Parecia ser pra sempre
A riqueza e a fartura
O povo vivia contente
Com aquela agricultura
Mas tudo que é bom é assim
Um dia pode se acabar
O estrada tinha o seu fim
O trem estava por chegar
Uma praga veio um dia
Destruir o cafezal
Transformando a freguesia
De Mambucaba em matagal
O comércio acabando
A ponte já sem movimento
O povo com sua memória
Se apagando pelo tempo.
E assim vai-se o passado
Que não se pode esquecer
Mambucaba salve sua história.
Não deixe o passado morrer.
Casarões, igreja e sobrado
Mostram o teu apogeu
Recupere o teu passado
Teu passado é um tesouro
Que o tempo escondeu.
AS MÚSICAS
Letras com cifras e áudios